quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Adrenalina na veia

“G.I. Joe: A Origem de Cobra” é um daqueles filmes que não dá nem tempo de o espectador respirar. Recheado de cenas de ação empolgantes e efeitos especiais espetaculares, é adrenalina do começo ao fim. E como quase todos os filmes do gênero, tem um roteiro bastante irregular, que, se por um lado procura evitar maniqueísmos ao desenvolver as motivações de cada personagem, por outro, cai em suas próprias armadilhas. De qualquer forma, traz personagens tão carismáticos quanto os que os inspiraram e marcaram a infância de quem teve entre 6 e 12 anos na década de 1990.

Baseado nos bonecos G.I. Joe, da Hasbro (a mesma empresa responsável pelos Transformers), a trama do filme é bem simples. O magnata da indústria bélica James McCullen, vivido por Christopher Eccleston, desenvolve ogivas à base de nano-organismos que podem corroer o aço em segundos, o que desperta o interesse de uma organização terrorista. Os G.I. Joe precisam, então, impedir que as armas sejam usadas pelos criminosos.

Dirigido por Stephen Sommers, o mesmo do razoável “A Múmia”, mas também do péssimo "Van Helsing", o filme explora tramas paralelas bem interessantes, como a que envolve os ninjas Storm Shadow, de um lado, e Snake Eyes, do outro. Porém erra na relação entre Duke (Channing Tatum) e a Baronesa, interpretada pela musa Sienna Miller, que começa bem, mas se complica e por isso não deslancha. A reviravolta nos últimos minutos da projeção acaba sendo uma solução bem óbvia para o conflito da vilã sedutora vivida por Miller e, ao revelar a origem do Doutor, força uma barra desnecessária.

Ainda assim, são os vilões que roubam a cena neste filme, já que os mocinhos, mesmo sendo de nacionalidades diferentes, são os típicos americanos chatos e patriotas. Mas não é só pela beleza estonteante de Sienna Miller ou pela chatice de Zartan, o mestre dos disfarces, e seu assobio insuportável, que os bandidos chamam a atenção. Uma feliz opção dos roteiristas é revelar, logo nos primeiros minutos, que McCullen é o todo-poderoso por trás da organização terrorista, ao forjar o roubo das ogivas que ele mesmo havia fabricado e fornecido para a OTAN. E, como parte de seu plano para colocar as nações mais poderosas a seus pés, McCullen resolve lançar umas das ogivas na Torre Eiffel, para demonstrar o poder da nova arma, e também para vingar seus antepassados. A sequência é uma das melhores do filme, mas perde um pouco do impacto por ter sido tão repetida nos trailers do longa. Com tanta ação, efeitos especiais e rostinhos bonitos, “G.I. Joe” tinha tudo para ser mais um “Transformers”, mas, entre mortos e feridos, supera expectativas e fica (um pouco) acima da média.

FICHA TÉCNICA

Título: "G.I. Joe: A Origem de Cobra"
Título original: G.I. Joe: Rise of Cobra
País: EUA
Ano: 2009
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stuart Beattie, David Elliot, Paul Lovett, baseado nos quadrinhos de Michael Gordon
Elenco principal: Channing Tatum, Arnold Vosloo, Sienna Miller, Ray Park, Rachel Nichols, Adewale Akinnuoye Agbaje, Said Taghmaoui, Marlon Wayans, Joseph Gordon-Levitt, Dennis Quaid, Christopher Eccleston, Karolina Kurkova.
Duração: 118 min.
Gênero: Ação
Sinopse: Adaptação dos personagens em quadrinhos, por sua vez inspirados na coleção de bonecos Comandos em Ação. No filme, centrado em como o Cobra tornou-se um grupo terrorista, a elite militar americana conhecida como G.I. Joe está na Europa quando recebe a missão de derrotar uma organização do mal, liderada por um traficante de armas.
Estréia: 07 de agosto de 2009

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