Quase acertei todas esse ano, hein? Foram apenas quatro erros de categorias complicadas mesmo. E ainda sim, em duas delas, passei bem perto.
Efeitos visuais
Meu voto: "Batman - O cavaleiro das trevas"
Vencedor: "O curioso caso de Benjamin Button"
Nas minhas primeiras apostas, "Benjamin Button" levava essa categoria, mas acabei preferindo "Batman", bem em cima da hora.
Canção original
Meu voto: "O...Saya", de "Quem quer ser um milionário?"
Vencedor: "Jai ho", de "Quem quer ser um milionário?"
Errei a canção, mas acertei o filme! rs Meio ponto né? Mas já que era para dar o prêmio a "Quem quer ser um milionário?", acredito que "O...Saya" fosse melhor que "Jai ho".
Mixagem de som
Meu voto: "Batman - O cavaleiro das trevas"
Vencedor: "Quem quer ser um milionário?"
Tiro totalmente no escuro! Não tinha visto quem o sindicato dos profissionais de som tinha premiado, portanto, dei mole.
Filme em língua estrangeira
Meu voto: "The class", da França
Vencedor: "Departures", do Japão
Minha única certeza aqui era que "Valsa com Bashir", tido como favorito, não ia levar. Nenhum favorito tem levado essa categoria nos últimos anos. Foi assim em 2007, quando o mexicano "O labirinto do fauno" perdeu para o alemão "A vida dos outros"; em 2006, com a vitória do sul-africano "Infância roubada" sobre o palestino "Paradise now"; e em 2003, o caso mais ilustrativo, quando eram favoritos o mexicano "O crime do Padre Amaro" e o chinês "Herói", mas Oscar acabou ficando com o alemão "Lugar nenhum na África". Desta vez, foi o japonês "Departures" que levou a melhor sobre o vencedor de Cannes (meu único parâmetro para votar nele), "Entre les murs" ("The class", em inglês).
Mas o fato de eu acertar as outras categorias, não diz muita coisa sobre minha capacidade de avaliar os filmes, mas diz sobre a previsibilidade dos vencedores. Depois de uma enxurrada de premiações como o Globo de Ouro, o Bafta (o Oscar britânico) e os prêmios distribuídos pelos sindicatos da cada categoria, fica quase impossível errar os vencedores das principais categorias do Oscar.
Como a maior parte dos membros da Academia é composta por atores e atrizes, o prêmio do SAG, o sindicato dos atores, é o mais representativo da temporada pré-Oscar. O Globo de Ouro, considerado por muitos como a prévia do Oscar, é distribuído pelos jornalistas estrangeiros que trabalham em Hollywood, portanto, não diz muita coisa sobre o que esperar do Oscar, na minha opinião, já que nenhum membro da Academia é jornalista, muito menos estrangeiro.
Para se ter uma idéia, o prêmio de melhor ator dramático no Globo de Ouro ficou para Mickey Rourke, pelo papel em "O lutador", e o Oscar ficou para Sean Penn, por "Milk - A voz da igualdade", que também venceu o SAG Awards.
Os prêmios vencidos por "Quem quer ser um milionário?" também já eram esperados, até porque o filme ganhou TODOS os prêmios de melhor filme que antecederam o Oscar. Quantos às categorias técnicas, pode-se até discutir alguma coisa (os prêmios de trilha sonora e canção, por exemplo, podem ter sido incentivados pelo clima de oba-oba em torno do filme), mas o filme de Danny Boyle é tecnicamente bem feito mesmo. Azar de "O curioso caso de Benjamin Button", que, com 13 indicações, levou apenas prêmios de arte (direção de arte, maquiagem e efeitos visuais). E já foi de bom de tamanho!
Das principais, a categoria mais complicada de acertar foi a de atriz coadjuvante, e por uma questão burocrática. Kate Winslet disputou a maioria dos prêmios pré-Oscar nas categorias de atriz principal e atriz coadjuvante, por "Foi apenas um sonho" e "O leitor", respectivamente. Em todas as premiações em que concorreu com "O leitor", levou a categoria de atriz coadjuvante. Mas no Oscar, foi indicada como atriz principal pelo mesmo filme e levou a estatueta. Logo, a categoria que premiaria a atriz codjuvante abria espaço para outras atrizes, como Amy Adams, Viola Davis e Penélope Cruz. A espanhola acabou levando a melhor.
Sem muitas supresas, portanto, o grande destaque da noite, além dos 8 Oscars de "Quem quer ser um milionário?", foi a cerimônia em si, que foi muito bem produzida (ao contrário da edição insossa do ano passado), e Hugh Jackman, que dominou o palco. Estava à vontade, conversava e brincava com os atores na primeira fila (até sentou no colo de Frank Langella!), cantou, dançou, fez piada, enfim, completo. Jackman surpreendeu, mostrando diversas facetas que podem até lhe render trabalhos diferentes, e não apenas o de galã ou de herói brutamontes. Quem sabe um musical de Baz Luhrmann, já que os dois trabalharam juntos em "Austrália" e ainda em um número musical apresentado no Oscar?
Portanto, no ano que vem, fica a dica, bem prática e com muitas chances de acerto. Quem quiser ganhar um bolão, não deixe de ver quem os sindicatos de cada cetagoria premiou, principalmente o dos atores.
Um abraço e até a próxima!
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Apostas para o Oscar
"Eu não gosto dos G.R.E.S. / Mas em fevereiro / Tenho que suportar os G.R.E.S. / O carnaval / Com seu espírito de festa / Suas cabrochas na avenida, churrasquinho podro / É uma imposição absurda".
Bem, esse ano vai ser diferente. Não teremos que suportar os G.R.E.S., ao contrário do que diz essa musiquinha do Pato Fu. Para os que não curtem o carnaval como eu, a cerimônia do Oscar no próximo dia 22 surge como a melhor alternativa para os tamborins da Sapucaí.
E tanta expectativa (pelo menos para os cinéfilos) torna inevitável as saudáveis e polêmicas apostas em quem vai ganhar cada categoria. Eu, claro, não pude deixar de fazer as minhas. Minha listinha, com alguns breves comentários, segue abaixo.
Quem quiser brincar também, levanta a mão!
Melhor Filme: Quem Quer Ser um Milionário?
O filme ganhou todos os prêmio de melhor filme (e correspondentes) da temporada, um feito raro. Dificilmente não levará o prêmio da Academia. E realmente, é o melhor dos cinco.
Melhor Ator: Sean Penn - Milk - A Voz da Igualdade
O disputa pelo prêmio está entre Sean Penn (Milk) e Mickey Rourke (O lutador). Acho que o Penn leva porque a transformação é mais visível, e a Academia gosta disso. Além disso, Rourke não é muito bem visto pelos colegas e isso pode pesar, por mais que seu papel esteja sendo considerado como a "reviravolta" de sua carreira.
Melhor Atriz: Kate Winslet - O Leitor
Não é o melhor papel da carreira de Kate Winslet, mas, infelizmente, é por ele que ela vai ganhar o Oscar, corrigindo injustiças como em 2005, em que perdeu para Hilary Swank. E ainda está em outro papel elogiado, em "Foi apenas um sonho". Acredito que só Anne Hathaway ofereça algum perigo, como no ano em que Halle Berry ganhou de Nicole Kidman, mas em 2009, a vez é de Kate mesmo.
Melhor Ator Coadjuvante: Heath Ledger - Batman - O Cavaleiro das Trevas
Indiscutivelmente o melhor dos concorrentes. Não tem pra ninguém. Ledger foi o ator do ano, mesmo morto. Vai ganhar e vai ser muito merecido.
Melhor Atriz Coadjuvante: Penelope Cruz - Vicky Cristina Barcelona
Pra mim, a categoria mais difícil de apostar, porque nas outras premiações, quem levou tudo foi Kate Winslet, por "O leitor", mas aqui o papel lhe rendeu uma indicação como atriz principal. Sendo assim, Penelope Cruz tem muitas chances, pois fez um trabalho marcante. Mas as atrizes de "Dúvida" podem ser sair melhor e esse pode ser o prêmio de consolação do ótimo filme. Se pudesse, também apostaria em Amy Adams.
Melhor Diretor: Danny Boyle - Quem Quer ser um Milionário?
Direção impecável e precisa. Danny Boyle fez o melhor filme de sua carreira. Quanto aos outros candidatos, só destacaria Ron Howard, por "Frost/Nixon", mas vejo o trabalho do roteirista Peter Morgan muito mais presente que o dele. Stephen Daldry, pela terceira vez, vai ficar como coadjuvante, apesar de sempre ótimo. David Fincher e Gus Van Sant só cumpriram o protocolo em seus filmes. Logo, impossível Boyle não levar, ainda mais trabalhando com atores novatos. Só espero não ser surpreendido.
Melhor Roteiro Original: Milk - A Voz da Igualdade, de Dustin Lance Black
Não acho que seja o melhor roteiro. "Wall-E" é muito mais interessante. Um roteiro com poucos diálogos é um trabalho muito mais difícil. Mas, pode ser um prêmio de consolação ao filme, caso não ganhe o de melhor ator.
Melhor Roteiro Adaptado: Quem Quer ser um Milionário?, de Simon Beaufoy
Já perceberam que virei fã do filme, certo? Mas não é só por isso. O filme tem um texto bom, eficaz, dinâmico. E também foi muito premiado.
Melhor Filme em Língua Estrangeira: The Class (França)
Acho complicado a Academia premiar o israelense "Valsa com Bashir". Pode soar como se estivessem a favor do país, ainda mais que, na época da votação, o conflito na Faixa de Gaza estava no auge. Logo, o vencedor de Cannes dispara como favorito.
Melhor Longa-metragem de Animação: WALL•E
Não vi as outras animações, mas "Kung Fu Panda" venceu um dos indicadores para o Oscar, um tal Annie Awards. Pode ser um perigo, como quando "Happy Feet" venceu "Carros", também da Pixar. A diferença é que Wall-E tem uma indicação de melhor roteiro original, e todas as animações que também tinham essa indicação ganharam essa categoria. Espero que isso se mantenha, pois torço para ele.
Confesso que os votos em categorias técnicas são quase sempre um chute mesmo, mas em algumas podemos observar uma certa tendência, como em melhor figurino.
Melhor Fotografia: Quem Quer Ser um Milionário?
Pode perder para "Benjamin Button". Mas adorei a iluminação na cena da fuga dos meninos! Além disso, ganhou o prêmio do sindicato dos fotógrafos. E torço para que "Benjamin Button" saia de mãos abanando...
Melhor Maquiagem: O Curioso Caso de Benjamin Button
É só o que o filme merece ganhar. E tenho dito.
Melhor Direção de Arte: O Curioso Caso de Benjamin Button
Tudo bem, até que merece esse aqui também, vai. Mas ainda preferia que "Batman" ganhasse aqui.
Melhor Figurino: A Duquesa
Nos últimos anos, a Academia tem premiado figurinos de época, como os de "Maria Antonieta" e "Elizabeth - A Era de Ouro". Deve seguir a tendência.
Melhor Edição: Quem Quer Ser um Milionário?
O filme foi editado com muita inteligência, pois conseguiu driblar algumas armadilhas do roteiro e tornou o filme dinâmico e surpreendente. Gosto da edição de "Frost/Nixon", mas não chega a desbancar a de " Quem Quer Ser um Milionário?". Aposto todas as minhas fichas nele.
Melhor Trilha Sonora: Quem Quer Ser um Milionário?
Acho que vai ganhar só pela euforia em torno do filme. Por outro lado, Thomas Newman, compositor da trilha sonora de "Wall-E", na sua 10ª indicação, sem vencer, pode ser recompensado dessa vez.
Melhores Efeitos Visuais: Batman - O Cavaleiro das Trevas
Como tem oito indicações, deve levar os principais prêmios técnicos, também como consolação.
Melhor Canção Original: "O Saya", Quem Quer Ser um Milionário?
Acho sim que é a melhor música, a que melhor representa o momento do filme. E como nessa categoria a Academia andou premiando algumas canções pouco convencionais, o que inclui dois raps e uma canção irlandesa, a canção indiana tem chances.
Melhor Edição de Som: Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor Mixagem de Som: Batman - O Cavaleiro das Trevas
Bem, esse ano vai ser diferente. Não teremos que suportar os G.R.E.S., ao contrário do que diz essa musiquinha do Pato Fu. Para os que não curtem o carnaval como eu, a cerimônia do Oscar no próximo dia 22 surge como a melhor alternativa para os tamborins da Sapucaí.
E tanta expectativa (pelo menos para os cinéfilos) torna inevitável as saudáveis e polêmicas apostas em quem vai ganhar cada categoria. Eu, claro, não pude deixar de fazer as minhas. Minha listinha, com alguns breves comentários, segue abaixo.
Quem quiser brincar também, levanta a mão!
Melhor Filme: Quem Quer Ser um Milionário?
O filme ganhou todos os prêmio de melhor filme (e correspondentes) da temporada, um feito raro. Dificilmente não levará o prêmio da Academia. E realmente, é o melhor dos cinco.
Melhor Ator: Sean Penn - Milk - A Voz da Igualdade
O disputa pelo prêmio está entre Sean Penn (Milk) e Mickey Rourke (O lutador). Acho que o Penn leva porque a transformação é mais visível, e a Academia gosta disso. Além disso, Rourke não é muito bem visto pelos colegas e isso pode pesar, por mais que seu papel esteja sendo considerado como a "reviravolta" de sua carreira.
Melhor Atriz: Kate Winslet - O Leitor
Não é o melhor papel da carreira de Kate Winslet, mas, infelizmente, é por ele que ela vai ganhar o Oscar, corrigindo injustiças como em 2005, em que perdeu para Hilary Swank. E ainda está em outro papel elogiado, em "Foi apenas um sonho". Acredito que só Anne Hathaway ofereça algum perigo, como no ano em que Halle Berry ganhou de Nicole Kidman, mas em 2009, a vez é de Kate mesmo.
Melhor Ator Coadjuvante: Heath Ledger - Batman - O Cavaleiro das Trevas
Indiscutivelmente o melhor dos concorrentes. Não tem pra ninguém. Ledger foi o ator do ano, mesmo morto. Vai ganhar e vai ser muito merecido.
Melhor Atriz Coadjuvante: Penelope Cruz - Vicky Cristina Barcelona
Pra mim, a categoria mais difícil de apostar, porque nas outras premiações, quem levou tudo foi Kate Winslet, por "O leitor", mas aqui o papel lhe rendeu uma indicação como atriz principal. Sendo assim, Penelope Cruz tem muitas chances, pois fez um trabalho marcante. Mas as atrizes de "Dúvida" podem ser sair melhor e esse pode ser o prêmio de consolação do ótimo filme. Se pudesse, também apostaria em Amy Adams.
Melhor Diretor: Danny Boyle - Quem Quer ser um Milionário?
Direção impecável e precisa. Danny Boyle fez o melhor filme de sua carreira. Quanto aos outros candidatos, só destacaria Ron Howard, por "Frost/Nixon", mas vejo o trabalho do roteirista Peter Morgan muito mais presente que o dele. Stephen Daldry, pela terceira vez, vai ficar como coadjuvante, apesar de sempre ótimo. David Fincher e Gus Van Sant só cumpriram o protocolo em seus filmes. Logo, impossível Boyle não levar, ainda mais trabalhando com atores novatos. Só espero não ser surpreendido.
Melhor Roteiro Original: Milk - A Voz da Igualdade, de Dustin Lance Black
Não acho que seja o melhor roteiro. "Wall-E" é muito mais interessante. Um roteiro com poucos diálogos é um trabalho muito mais difícil. Mas, pode ser um prêmio de consolação ao filme, caso não ganhe o de melhor ator.
Melhor Roteiro Adaptado: Quem Quer ser um Milionário?, de Simon Beaufoy
Já perceberam que virei fã do filme, certo? Mas não é só por isso. O filme tem um texto bom, eficaz, dinâmico. E também foi muito premiado.
Melhor Filme em Língua Estrangeira: The Class (França)
Acho complicado a Academia premiar o israelense "Valsa com Bashir". Pode soar como se estivessem a favor do país, ainda mais que, na época da votação, o conflito na Faixa de Gaza estava no auge. Logo, o vencedor de Cannes dispara como favorito.
Melhor Longa-metragem de Animação: WALL•E
Não vi as outras animações, mas "Kung Fu Panda" venceu um dos indicadores para o Oscar, um tal Annie Awards. Pode ser um perigo, como quando "Happy Feet" venceu "Carros", também da Pixar. A diferença é que Wall-E tem uma indicação de melhor roteiro original, e todas as animações que também tinham essa indicação ganharam essa categoria. Espero que isso se mantenha, pois torço para ele.
Confesso que os votos em categorias técnicas são quase sempre um chute mesmo, mas em algumas podemos observar uma certa tendência, como em melhor figurino.
Melhor Fotografia: Quem Quer Ser um Milionário?
Pode perder para "Benjamin Button". Mas adorei a iluminação na cena da fuga dos meninos! Além disso, ganhou o prêmio do sindicato dos fotógrafos. E torço para que "Benjamin Button" saia de mãos abanando...
Melhor Maquiagem: O Curioso Caso de Benjamin Button
É só o que o filme merece ganhar. E tenho dito.
Melhor Direção de Arte: O Curioso Caso de Benjamin Button
Tudo bem, até que merece esse aqui também, vai. Mas ainda preferia que "Batman" ganhasse aqui.
Melhor Figurino: A Duquesa
Nos últimos anos, a Academia tem premiado figurinos de época, como os de "Maria Antonieta" e "Elizabeth - A Era de Ouro". Deve seguir a tendência.
Melhor Edição: Quem Quer Ser um Milionário?
O filme foi editado com muita inteligência, pois conseguiu driblar algumas armadilhas do roteiro e tornou o filme dinâmico e surpreendente. Gosto da edição de "Frost/Nixon", mas não chega a desbancar a de " Quem Quer Ser um Milionário?". Aposto todas as minhas fichas nele.
Melhor Trilha Sonora: Quem Quer Ser um Milionário?
Acho que vai ganhar só pela euforia em torno do filme. Por outro lado, Thomas Newman, compositor da trilha sonora de "Wall-E", na sua 10ª indicação, sem vencer, pode ser recompensado dessa vez.
Melhores Efeitos Visuais: Batman - O Cavaleiro das Trevas
Como tem oito indicações, deve levar os principais prêmios técnicos, também como consolação.
Melhor Canção Original: "O Saya", Quem Quer Ser um Milionário?
Acho sim que é a melhor música, a que melhor representa o momento do filme. E como nessa categoria a Academia andou premiando algumas canções pouco convencionais, o que inclui dois raps e uma canção irlandesa, a canção indiana tem chances.
Melhor Edição de Som: Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor Mixagem de Som: Batman - O Cavaleiro das Trevas
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Duelo de titãs
Com cinco indicações ao Oscar, sendo quatro delas para atores, “Dúvida”, do desconhecido John Patrick Shanley, se desenvolve a partir de, justamente, uma grande desconfiança: teria o padre Flynn (vivido pelo premiado Philip Seymour Hoffman) aliciado ou não o menino Donald Miller? A “dúvida” do título é despertada pela inocente Irmã James (personagem da ótima Amy Adams, uma das promessas surgida nesse século), que observa um comportamento estranho em um de seus alunos, o jovem Miller, também um dos coroinhas da paróquia, depois que ele retorna de uma conversa com o padre. James, mesmo sem nenhuma prova concreta, imediatamente comunica a suspeita para irmã Aloysius (a sempre perfeita Meryl Streep), diretora da instituição.
FICHA TÉCNICA
O duelo entre padre Flynn e a irmã Aloysius é o fio condutor da história, despertado pela tal dúvida do filme. Enquanto a irmã dirigia com pulso firme a escola católica, tentando manter a ordem e a disciplina a qualquer custo, mas o padre representava a modernização da Igreja, a mudança, que não era bem recebida pela diretora. É interessante observar como os dois chegam a disputar a cadeira da sala da direção. Aloysius não aceitava estar a um nível hierárquico abaixo do padre e a ele ter que responder. Além disso, Flynn era invejado pela irmã Aloysius, pois enquanto ele mantinha missas lotadas, fiéis atentos e alunos que o admiravam, graças ao carisma e compaixão, ela era temida por todos. E isso, no fundo, a incomodava. A suspeita levantada foi, na verdade, o pretexto de que Aloysius precisava para inciar a perseguição ao sacerdote, até fazê-lo desistir de suas obrigações naquela paróquia.
Com um elenco marcante, encabeçado por Meryl Streep, “Dúvida” é um filme poderoso que se sustenta pela força das atuações, assim como “Closer – Perto Demais”, de Mike Nichols, em 2004. Fato raro é ver um elenco tão afiado. Até mesmo a coadjuvante Viola Davis, que interpreta a mãe de Miller, em apenas uma cena, mostra do que o elenco, principal trunfo do longa, é capaz de fazer com um texto não menos soberbo.
Como na escola literária barroca, o roteiro abusa das relações paradoxais entre verdade e mentira, dúvida e certeza, bem e mal, e somos levados a acreditar em (pseudo) fatos e argumentos que ora nos fazem apostar na inocência do padre e ora nos fazem duvidar dela. Não espere muitas respostas no longa, que explora as possibilidades para uma resposta negativa ou afirmativa para a principal questão. Os diálogos, apesar de longos, não cansam, graças à riqueza do texto - destacaria a conversa particular entre o padre Flynn e a irmã Aloysius (Streep), que assume sem pudores algumas de suas atitudes em busca da “verdade” - e às interpretações irretocáveis. Alguns dos poucos problemas do filme talvez seja um certo maniqueísmo na construção das personagens principais e a direção imatura de Shanley que força planos inusitados que chegam a cansar um pouco, mas não comprometem a qualidade do filme.
FICHA TÉCNICA
Título: "Dúvida”
Título original: Doubt
País: EUA
Ano: 2008
Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley, baseado em peça de sua própria autoria
Elenco principal: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Viola Davis.
Duração: 119 min.
Gênero: Drama
Sinopse: A história é ambientada no ano de 1964, em uma escola católica no Bronx (Nova York), onde a diretora (Meryl Streep) é uma dura freira que acusa publicamente de pedofilia um padre popular (Philip Seymour Hoffman). O filme aborda as questões de religião, autoridade e moralidade.
Estréia: 06 de fevereiro de 2009
Título original: Doubt
País: EUA
Ano: 2008
Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley, baseado em peça de sua própria autoria
Elenco principal: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Viola Davis.
Duração: 119 min.
Gênero: Drama
Sinopse: A história é ambientada no ano de 1964, em uma escola católica no Bronx (Nova York), onde a diretora (Meryl Streep) é uma dura freira que acusa publicamente de pedofilia um padre popular (Philip Seymour Hoffman). O filme aborda as questões de religião, autoridade e moralidade.
Estréia: 06 de fevereiro de 2009
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Oscar,
Roteiro adaptado
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Bastardos inglórios
Na França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra, um grupo de soldados judeus americanos tem como missão espalhar o terror pelo Terceiro Reich.
Essa é, basicamente, a sinopse do novo filme do Quentin Tarantino. Promissor, não?
Assista abaixo ao trailer do filme:
Essa é, basicamente, a sinopse do novo filme do Quentin Tarantino. Promissor, não?
Assista abaixo ao trailer do filme:
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Rua de ilusões
Repetindo a parceria precoce em “Titanic”, Leonardo DiCaprio e Kate Winslet estrelam o drama “Foi Apenas um Sonho”. Apesar de hoje serem equivalentes em maturidade física e artística, o que não acontecia no filme de 12 anos atrás, DiCaprio e Winslet parecem não estar à vontade com a nova oportunidade de trabalharem juntos. Com atuações superficias, exageram nos gritos e nas gesticulações, como vemos logo na segunda sequencia do filme, em que Frank tenta consolar April pelo fracasso como atriz e os dois acabam brigando à beira da estrada.
O diretor Sam Mendes repete a temática de seu maior sucesso, “Beleza Americana”: o american way of life dos subúrbios norte-americanos. Só que dessa vez, Mendes é menos sutil, e extravasa a revolta com o tédio e a melancolia dos condomínios e casas pré-moldadas típicos. Em “Revolutionary Road” (no original), os protagonistas assumem que a vida nos subúrbios é uma vida pela metade, em que as pessoas se acomodam naquele conforto e ilusão de segurança com medo de enfrentar novas experiências e assim, quem sabe, ser feliz de verdade.
Ao perceber que levava uma vida medíocre, April Wheeler, o papel que rendeu o Globo de Ouro à Kate Winslet, propõe ao marido que a família se mude para Paris. Frank, o marido vivido por DiCaprio, apesar de um pouco hesitante, aceita a proposta. A decisão é motivo de deboche daqueles com quem o casal convive. Na verdade, estão todos tão dependentes daquela realidade que não acreditam ser possível passar por uma mudança tão radical. O casal de amigos dos Wheeler é exemplo disso. Muito mais cúmplices um do outro que os protagonistas - o casal vizinho se comunicava só pelo olhar - acreditava que aquela realidade, por pior que fosse, era a melhor alternativa. E o choro da mulher logo depois de ouvir que April e Frank iriam para Paris demonstra que a vontade de mudar já existiu, mas foi sempre preterida.
O roteiro é promissor, porém, não deslancha. Enquanto a emotiva April não pertencia àquele lugar e, impossibilitada de fugir daquilo, só tinha mesmo o destino que lhe aguarda no final, Frank, que também procurava meios de fugir da realidade (com outra mulher, por exemplo), era mais racional. Ao perceber que a ideia de se mudar para Paris era menos tentadora do que ser promovido no trabalho, desiste e provoca um colapso na mulher. Porém, o roteiro frágil e pouco dinâmico não desenvolve os motivos da infelicidade do casal naquele lugar. Só conseguimos entender quando o lunático vivido por Michael Shannon - que rouba as duas cenas em que aparece - coloca todos os pingos nos is.
A trilha sonora de Thomas Newman, que já havia trabalhado com Mendes em “Beleza Americana”, tem o talento de compor trilhas que permanecem na mente mesmo após a projeção. Assim como no longa de 2000, aqui, Newman nos proporciona uma trilha que, apesar de pouco criativa, dá o tom certo à narrativa. Falta de criatividade também marca a direção de Mendes, que opta por planos muitas vezes tão óbvios que irritam. Fica a sensação de que, assim como o casal Wheeler, o filme ainda está tentando se encontrar.
FICHA TÉCNICA
Título: "Foi apenas um sonho”
Título original: Revolutionary Road
País: EUA/Austrália
Ano: 2008
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Justin Haythe, baseado em livro de Richard Yates
Elenco principal: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Kathy Bates, Michael Shannon.
Duração: 119 min.
Gênero: Drama
Sinopse: April (Kate Winslet) e Frank Wheeler (Leonardo DiCaprio) são um casal jovem que vive no subúrbio de Connecticut com seus dois filhos na década de 1950. A máscara da auto-segurança esconde a enorme frustração que sentem por não serem completos em seu relacionamento ou na carreira. Determinados a conhecerem a si mesmos, eles decidem se mudar para a França. Mas o relacionamento começa a corroer em um ciclo infinito de brigas, ciúmes e recriminações, e a viagem e seus sonhos correm grandes riscos de acabar.
Estréia: 30 de janeiro de 2009.
O diretor Sam Mendes repete a temática de seu maior sucesso, “Beleza Americana”: o american way of life dos subúrbios norte-americanos. Só que dessa vez, Mendes é menos sutil, e extravasa a revolta com o tédio e a melancolia dos condomínios e casas pré-moldadas típicos. Em “Revolutionary Road” (no original), os protagonistas assumem que a vida nos subúrbios é uma vida pela metade, em que as pessoas se acomodam naquele conforto e ilusão de segurança com medo de enfrentar novas experiências e assim, quem sabe, ser feliz de verdade.
Ao perceber que levava uma vida medíocre, April Wheeler, o papel que rendeu o Globo de Ouro à Kate Winslet, propõe ao marido que a família se mude para Paris. Frank, o marido vivido por DiCaprio, apesar de um pouco hesitante, aceita a proposta. A decisão é motivo de deboche daqueles com quem o casal convive. Na verdade, estão todos tão dependentes daquela realidade que não acreditam ser possível passar por uma mudança tão radical. O casal de amigos dos Wheeler é exemplo disso. Muito mais cúmplices um do outro que os protagonistas - o casal vizinho se comunicava só pelo olhar - acreditava que aquela realidade, por pior que fosse, era a melhor alternativa. E o choro da mulher logo depois de ouvir que April e Frank iriam para Paris demonstra que a vontade de mudar já existiu, mas foi sempre preterida.
O roteiro é promissor, porém, não deslancha. Enquanto a emotiva April não pertencia àquele lugar e, impossibilitada de fugir daquilo, só tinha mesmo o destino que lhe aguarda no final, Frank, que também procurava meios de fugir da realidade (com outra mulher, por exemplo), era mais racional. Ao perceber que a ideia de se mudar para Paris era menos tentadora do que ser promovido no trabalho, desiste e provoca um colapso na mulher. Porém, o roteiro frágil e pouco dinâmico não desenvolve os motivos da infelicidade do casal naquele lugar. Só conseguimos entender quando o lunático vivido por Michael Shannon - que rouba as duas cenas em que aparece - coloca todos os pingos nos is.
A trilha sonora de Thomas Newman, que já havia trabalhado com Mendes em “Beleza Americana”, tem o talento de compor trilhas que permanecem na mente mesmo após a projeção. Assim como no longa de 2000, aqui, Newman nos proporciona uma trilha que, apesar de pouco criativa, dá o tom certo à narrativa. Falta de criatividade também marca a direção de Mendes, que opta por planos muitas vezes tão óbvios que irritam. Fica a sensação de que, assim como o casal Wheeler, o filme ainda está tentando se encontrar.
FICHA TÉCNICA
Título: "Foi apenas um sonho”
Título original: Revolutionary Road
País: EUA/Austrália
Ano: 2008
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Justin Haythe, baseado em livro de Richard Yates
Elenco principal: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Kathy Bates, Michael Shannon.
Duração: 119 min.
Gênero: Drama
Sinopse: April (Kate Winslet) e Frank Wheeler (Leonardo DiCaprio) são um casal jovem que vive no subúrbio de Connecticut com seus dois filhos na década de 1950. A máscara da auto-segurança esconde a enorme frustração que sentem por não serem completos em seu relacionamento ou na carreira. Determinados a conhecerem a si mesmos, eles decidem se mudar para a França. Mas o relacionamento começa a corroer em um ciclo infinito de brigas, ciúmes e recriminações, e a viagem e seus sonhos correm grandes riscos de acabar.
Estréia: 30 de janeiro de 2009.
Marcadores:
Foi Apenas um Sonho,
Kate Winslet,
Oscar,
Sam Mendes,
Titanic
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Pílulas do Oscar
Para quem não entende muito bem o critério de premiação de categorias como Mixagem de Som ou Edição de Som, o Cineclick preparou um hotsite sobre o Oscar bem didático, explicando um pouquinho de cada categoria e ainda faz um breve histórico.
O link é http://cinema.cineclick.uol.com.br/especiais/hotsites/2009/oscar/categoria.php
Confiram!
O link é http://cinema.cineclick.uol.com.br/especiais/hotsites/2009/oscar/categoria.php
Confiram!
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Saudosismo sem sucesso
Um custo total de 130 milhões de dólares, quatorze meses de produção, quase três horas de duração fizeram de “Austrália” o filme mais esperado da história do país-título e a maior produção feita na região. Mas a principal aposta da Twentieth Century Fox para o Oscar 2009 acabou ficando apenas com a singela indicação de melhor figurino e faturou pouco mais de 14 milhões de 800 mil no fim de semana de estreia, e por isso é considerado mais um fracasso para o currículo de Nicole Kidman, que desde “As horas” não consegue emplacar nenhum sucesso, nem de crítica ou muito menos de público. “Austrália” conta a historia da aristocrata inglesa Lady Sarah Ashley, vivida por Kidman, que, no início da Segunda Guerra Mundial, é obrigada a ir até a fazenda da família na Austrália para vender o gado. Lá conhece um vaqueiro, o troglodita Hugh Jackman, por quem acaba se apaixonando. Tudo isso vemos sob o ponto de vista do menino aborígene Nullah, vivido pelo novato Brandon Walters.
Mas parece que só valeu mesmo a intenção. O grande pecado do longa de Baz Luhrmann foi tentar ser um novo clássico. A estrutura épica da produção quer fazer do filme um marco, mas tamanha pretensão, que mira em “E o vento levou” e atinge de raspão em “Era uma vez no Oeste” e “A cor púrpura”, acaba acertando no fraco “Pearl Harbor”. A irregularidade da narrativa proporciona momentos interessantes – como o toque de humor na cena em que Sarah conhece o Capataz ou a única cena de canguru – e sensíveis – a história do menino aborígene e seu avô profeta, por exemplo – mas não chega lá. Luhrmann até tenta dar um toque pessoal à estrutura do filme, o que nos faz pensar por um momento que o filme vai deslanchar, mas a tentativa não ultrapassa os primeiros dez minutos, onde vemos alguns truques de edição que não foram suficientes para tornar “Austrália” um filme moderno.
A opção pela linguagem do clássico-narrativo faria do filme um sucesso há 20 ou 25 anos, mas hoje técnicas já superadas como closes em momentos de grande sentimentalismo, trilha sonora com notas altas para criar um clímax nas cenas importantes, um certo maniqueísmo na construção dos personagens (bons e maus bem definidos), e edição em câmera lenta das cenas mais tensas já não atraem a “geração videoclipe” que o próprio Baz soube cativar – e eu diria, ironicamente, ser ele um de seus maiores ícones – em “Moulin Rouge – Amor em vermelho” e “Romeu+Julieta”.
Os personagens são simpáticos, mas as atuações, limitadas. O grande destaque é o menino Nullah, uma graça. É ao mesmo tempo forte e delicado, assim como Lady Ashley, mas que sofre com a interpretação nada criativa de Nicole Kidman. Já o Capataz é a clássica figura do galã, o machão bom de briga, que encara o mundo de frente e nasceu para viver sozinho, que só se apaixonaria por alguém que lhe fosse semelhante. Então conhece Lady Sarah Ashley, uma mulher que, apesar de sua aparente fragilidade, tem personalidade forte, que o faz abrir mão de seus conceitos. Uma tentativa de fazer de Nicole uma nova Vivian Leigh, que viveu Scarlett O'Hara em “E o vento levou”. Com muitos takes abertos de belíssimas paisagens do outback australiano, o filme, no fim, fica apenas como uma uma dupla homenagem: ao país de origem de Baz Luhrmann e a um estilo há muito tempo já enterrado.
FICHA TÉCNICA
Título: "Austrália”
Título original: Australia
País: EUA/Austrália
Ano: 2008
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann & Ronald Harwood
Elenco principal: Hugh Jackman, Nicole Kidman, David Wenham, Brendan Walters.
Duração: 174 min.
Gênero: Romance
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, uma aristocrata inglesa (Nicole Kidman) herda uma fazenda de gado na Austrália. Quando os barões do gado tramam conquistar suas terras, ela relutantemente une forças com um homem áspero (Hugh Jackman) para guiar suas duas mil cabeças de gado através de milhares de quilômetros das terras do país, e enfrenta um bombardeio na cidade de Darwin pelas tropas japonesas, que haviam atacado Pearl Harbor alguns meses antes.
Estréia: 23 de janeiro de 2009.
Mas parece que só valeu mesmo a intenção. O grande pecado do longa de Baz Luhrmann foi tentar ser um novo clássico. A estrutura épica da produção quer fazer do filme um marco, mas tamanha pretensão, que mira em “E o vento levou” e atinge de raspão em “Era uma vez no Oeste” e “A cor púrpura”, acaba acertando no fraco “Pearl Harbor”. A irregularidade da narrativa proporciona momentos interessantes – como o toque de humor na cena em que Sarah conhece o Capataz ou a única cena de canguru – e sensíveis – a história do menino aborígene e seu avô profeta, por exemplo – mas não chega lá. Luhrmann até tenta dar um toque pessoal à estrutura do filme, o que nos faz pensar por um momento que o filme vai deslanchar, mas a tentativa não ultrapassa os primeiros dez minutos, onde vemos alguns truques de edição que não foram suficientes para tornar “Austrália” um filme moderno.
A opção pela linguagem do clássico-narrativo faria do filme um sucesso há 20 ou 25 anos, mas hoje técnicas já superadas como closes em momentos de grande sentimentalismo, trilha sonora com notas altas para criar um clímax nas cenas importantes, um certo maniqueísmo na construção dos personagens (bons e maus bem definidos), e edição em câmera lenta das cenas mais tensas já não atraem a “geração videoclipe” que o próprio Baz soube cativar – e eu diria, ironicamente, ser ele um de seus maiores ícones – em “Moulin Rouge – Amor em vermelho” e “Romeu+Julieta”.
Os personagens são simpáticos, mas as atuações, limitadas. O grande destaque é o menino Nullah, uma graça. É ao mesmo tempo forte e delicado, assim como Lady Ashley, mas que sofre com a interpretação nada criativa de Nicole Kidman. Já o Capataz é a clássica figura do galã, o machão bom de briga, que encara o mundo de frente e nasceu para viver sozinho, que só se apaixonaria por alguém que lhe fosse semelhante. Então conhece Lady Sarah Ashley, uma mulher que, apesar de sua aparente fragilidade, tem personalidade forte, que o faz abrir mão de seus conceitos. Uma tentativa de fazer de Nicole uma nova Vivian Leigh, que viveu Scarlett O'Hara em “E o vento levou”. Com muitos takes abertos de belíssimas paisagens do outback australiano, o filme, no fim, fica apenas como uma uma dupla homenagem: ao país de origem de Baz Luhrmann e a um estilo há muito tempo já enterrado.
FICHA TÉCNICA
Título: "Austrália”
Título original: Australia
País: EUA/Austrália
Ano: 2008
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann & Ronald Harwood
Elenco principal: Hugh Jackman, Nicole Kidman, David Wenham, Brendan Walters.
Duração: 174 min.
Gênero: Romance
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, uma aristocrata inglesa (Nicole Kidman) herda uma fazenda de gado na Austrália. Quando os barões do gado tramam conquistar suas terras, ela relutantemente une forças com um homem áspero (Hugh Jackman) para guiar suas duas mil cabeças de gado através de milhares de quilômetros das terras do país, e enfrenta um bombardeio na cidade de Darwin pelas tropas japonesas, que haviam atacado Pearl Harbor alguns meses antes.
Estréia: 23 de janeiro de 2009.
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